quarta-feira, 26 de maio de 2010

Se o arrependimento matasse…

Estávamos sentados numa mesa do café. Todos nos olhavam de uma maneira diferente, a mim por ser estrangeira, a ele porque estava sentado comigo.
As pessoas incomodavam-me, nunca tinha sido muito dada a conversas, mas as partidas que me haviam sido pregadas, haviam-me oferecido o hábito de falar. Contudo não me tinha transformado numa tagarela. Sabia que se falasse demais isso me traria, provavelmente, alguns problemas.
Ele falava comigo calmamente. A expressão do seu rosto, acalmava-me suavemente, aliás, apenas a sua presença conseguia aquietar a minha alma.
Aquele sorriso amigável era tão doce para mim. Éramos amigos à que tempos e claro que nunca esperara mais dele do que amizade. Ele estava tão romântico… Assim que me tocou na mão arrepiei-me. Eu estava apaixonada por ele.
A mesa redonda e pequena, típica de um café era como se tivesse desaparecido. Estávamos tão perto. Vi-o fechar os olhos e inclinar-se cada vez mais sobre mim. Também eu fechei os olhos. No entanto no lugar da coragem, encontrava-se o medo, e em vez de o beijar como pediam os seus lábios doces e também os meus, comecei a chorar convulsivamente e saí dali. Arrependo-me de ser tão idiota. Arrependo-me de me ter arrependido de o beijar antes sequer de o fazer.
Se o arrependimento matasse…

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